Árvore da mobilidade

 

Dias antes da abertura oficial da Expo’98, a 19 de maio era inaugurada a Estação do Oriente. Da autoria do espanhol Santiago Calatrava, foi distinguida pouco tempo depois com o Prémio Brunel, na categoria estações grandes construídas de origem.

Importante eixo de mobilidade na então renascida zona oriental da cidade, foi e ainda é uma das mais profundas marcas de modernidade da capital. Calatrava entendeu a estação nas suas múltiplas vertentes – ferroviária, metropolitana e de camionagem – como elemento de ordenação urbana, e não com estrutura isolada. Assim, a estação de caminho-de-ferro é uma ponte alargada, em que os cais cobertos se limitam a cumprir a sua missão. Foi na natureza que o arquiteto espanhol se inspirou: a ponte, um tabuleiro em betão armado, assenta em arcos que se entrecruzam ao solo, como troncos. Para cima, abrem em “ramos”: vigas paralelas apoiam placas de vidro, qual copas de árvores que “acolhem” os passageiros.

Com oito linhas de caminho-de-ferro, estação de passagem para comboios nacionais, regionais e urbanos, a Estação do Oriente é também estação de metro – linha vermelha, que agora se prolonga até ao Aeroporto de Lisboa. Entre a plataforma do comboio e do metro, situam-se, nos pisos intermédios, galerias comerciais, com oferta de vários serviços, de bancos a cafetaria.